segunda-feira, 29 de setembro de 2008

6 dia.(Dom 28/09) Uruará a Itaituba

Em Itaituba passageiro vai dentro do carro, galinha nao. Galinha vai pendurada no retrovisor curtindo um bug jump radical cidade a fora.
O único jeito de ver essas camionetes direito é na balsa. Eles andam a milhao na estradas da Trans.

Dói na alma
O obra que nunca acaba.
Peão de comitiva na sobreposicao da Br 230 e a 163 perto do Km 30
Era muito boi...

Personagens da estrada...
E assim vai a floresta

Rurópolis




Feira de Uruará. Um festival aos sentidos. Cheiros, sabores, cores....

O transporte é um capitulo a parte na Transamazonica

6 dia.(Dom 28/09) Uruará a Itaituba

Domingo em Uuará tem uma grande feira. A feira é um festival da Floresta.
Há muitas frutas desconhecidas pra nós do sul. Grãos vendidos em grandes sacas, pesadas em quilos na hora mesmo. Muitos cheiros e sabores, tudo muito colorido. Um desafio a todos os sentidos. Fantástico! Ainda mais da forma como foi achada. Sempre antes de sair da cidade dou uma circulada pelos arredores e bairros próximos. Numa esquina dessa bem afastado da Rodovia acho a feira. Ia voltar na quadra anterior mas resolvi tocar um pouco mais. Acabei achando essa feira.
Com os pés pra frente na pedaleira e curtindo cada paisagem da manha ainda penso em mais uma maravilhosa coincidência da viagem que havia acontecido na noite anterior. Conheci no hotel próximo ao que eu estava em Uruará, e começamos a bater um papo, um agente Policial Rodoviário Federal que atua na área. Logo depois entrou na conversa um outro Policial Rodoviário que o pai tem fazenda na região. E por fim encostou um amigo deles, o Maranhão, que é freteiro na Transamazônica, ele puxa madeira para as serrarias.
Ali reunido conversando tínhamos a opinião de um fiscalizador, um madeireiro ( o pai) e um operário da floresta. A conversa foi fantástica.
Todos conversando sem meias palavras ou receios. Apenas um grupo de amigos tentando explicar para um "estrangeiro" o problema da região.
Tive a exata certeza de que é uma equação que não fecha.
Para resumir a maravilhosa conversa daquela noite. Faço uma analogia. Você tem um bode que vive de comer repolho a beira de uma roça de repolhos. Pra ele não comer ou você ensina ele a comer outra coisa ou você alimenta ele com ração. Caso contrario você terá que vigiar a roça o tempo todo, dia e noite. Se você sair para beber água o bode vai comer o repolho.
Porém essa sua vigília matará o bode de fome.
A cada piscada da fiscalização, os madeireiros e fazendeiros vão lá e ganham o deles. E as famílias que vieram pra cá por um projeto do governo e agora não podem fazer nada. Os fazendeiros que obedeceram a lei anterior que permitia derrubar metade de suas áreas agora com a mudança da lei que permite derrubar apenas 20% viraram contraventores do dia pra noite. O freteiro quer trabalhar e só conhece essa maneira de viver na floresta.
Não quero aqui defender o desmatamento,longe disso. Sou totalmente contra. Temos que preservar.Agora reconheçamos que há uma equação que não se resolve nunca. É preciso criar um outro plano pra quem já está aqui, caso contrario eles sempre irão no repolho.
Ouvi histórias absurdas. Os índios vendem o mogno de sua reserva para madeireiros. Aquele Paulinho paiakan que estrupou uma menina e foi pra mídia há alguns anos era um dos maiores vendedores de mogno da reserva indígena para madeireiros.
Com tudo isso na cabeça vou tocando minha XT em direção ao Rio Tapajós para chegar a Itaituba pelas belas paisagens da floresta. Sempre com a casa nas costas igual a um caracol.












2 comentários:

F. Ribeiro disse...

Show de bola!
Parece q estamos viajando junto contigo, cumpadre (mas sem todo esse pó vermêio...hahahaahah)
Abs
Felipe

O Emilio disse...

Vantuir,

como disse o Felipe estamos viajando juntos mas sem a poeira e sem a ivete sagalo :)))

enrole o cabo e aproveite bem os caminhos, cheiros e todas essas diferenças que a gente só descobre quando chega aí.

boa viagem.